Nourine disse à televisão argelina Echourouk que “optou por retirar sua condenação porque isso é o mínimo que podemos oferecer à causa palestina”.
“É meu dever”, disse ele, acrescentando que queria “enviar ao mundo inteiro uma mensagem de que Israel é uma ocupação, um país sem lei, um país sem bandeira”.
A Argélia não reconhece oficialmente Israel.
Após o anúncio de sua retirada, a Federação Internacional de Judô (IJF) anunciou no sábado que suspenderia temporariamente Nourine e seu técnico Amar Benichlef.
Em um comunicado, a IJF disse que as ações do judoca estavam “em total contradição com a filosofia da Federação Internacional de Judô”.
“A IJF tem uma política rígida de não discriminação, promovendo a solidariedade como princípio fundamental, reforçada pelos valores do judô”, diz o comunicado.
Citando as regras da IJF e a Carta Olímpica, ele acrescentou que “nenhuma demonstração política, religiosa ou racial ou propaganda é permitida em qualquer local, local ou outras áreas olímpicas.”
Nourine e seu treinador enfrentarão a decisão do Comitê Disciplinar da IJF e “sanções disciplinares impostas pelo Comitê Olímpico Nacional da Argélia” ao voltar para casa.
Na 64ª rodada, o atleta argelino enfrentou o sudanês Mohamed Abdalrasool na categoria masculina 73kg (cerca de 160 libras), enquanto o israelense Tohar Butbul se despediu, avançando automaticamente para a próxima fase da competição.
De acordo com a Reuters, se Nourine tivesse vencido Abdalrasool, o argelino teria enfrentado Butbul de Israel na próxima rodada.
Esta não é a primeira vez que Nourine desiste da competição para evitar enfrentar um adversário israelense. Pelo mesmo motivo, ele se retirou da Copa do Mundo de 2019 em Tóquio.
Kara Fox, da CNN, contribuiu com a reportagem.