Consórcio pode ser alternativa para quem quer comprar carro em longo prazo, inclusive elétrico.
Modalidade é mais barata que financiamento, mas contratante precisa ter paciência para levar seu automóvel para casa.
Quando um novo ano começa, muitas pessoas traçam novos objetivos para conquistar ao longo dos meses seguintes. E comprar ou trocar de carro é uma das metas mais comuns. Mas se você não tem o dinheiro para fazer um negócio à vista, uma das soluções para seguir o plano traçado pode ser o consórcio.
Essa modalidade de compra existe há mais de 60 anos e consiste em reunir um grupo de pessoas, físicas ou jurídicas, interessadas em adquirir um bem ou serviço – ou seja, não serve apenas para automóveis, apesar de ser uma das categorias mais comuns.
Então se você quiser comprar um carro – seja novo ou usado – no valor de R$ 100 mil, por exemplo, pode procurar uma administradora de consórcios, responsável por unir outras pessoas que tenham esse mesmo objetivo. Assim, pagam parcelas (cuja periodicidade também pode ser negociada) até que todos sejam contemplados com uma carta de crédito na quantia estipulada.
“Contratar consórcio tem sido uma alternativa para o brasileiro que precisa se planejar para adquirir seus bens. As altas taxas de juros cobradas pelos financiamentos comuns têm afastado os consumidores dessa modalidade de crédito, ao passo que os consórcios, na maioria das vezes, trazem mensalidades que cabem no bolso do cidadão comum”, afirma Fernando Lamounier, diretor da Multimarcas Consórcios.
O valor da parcela e o tempo que vai durar o consórcio é definido em contrato. A cada mês, a administradora contempla um dos participantes por sorteio ou lance, que é quando alguém paga uma parte maior do valor do bem. Se esse não for o seu caso, terá de contar com a sorte.
Por isso o consórcio é mais indicado para quem não tem pressa para ter seu carro novo na garagem. Se fechar um contrato de cinco anos, por exemplo, pode tanto receber a carta de crédito no primeiro mês como no último, já que depende de um sorteio entre os consorciados. Ao menos terá a certeza de ser atendido, mas em um prazo incerto.
Outra desvantagem é em caso de desistência. Dependendo da administradora, é possível que o valor pago seja devolvido (descontadas as taxas gerenciais, claro) ao final do consórcio, após todos os contratantes receberem o valor estipulado. Então, se resolver fechar o contrato, esteja seguro de que pretende cumpri-lo até o final.
Por outro lado, os gastos são bem menores que os de um financiamento tradicional. O consórcio tem uma taxa fixa de administração, normalmente menor que os juros, que podem chegar a 3,83% ao mês. Outros custos também são comuns, como uma porcentagem destinada a um fundo de reserva utilizado para cobrir possíveis perdas com inadimplência, mas ainda assim é mais barato que um financiamento.
Também pode ser uma alternativa para quem quer entrar no universo dos carros sustentáveis. Por mais que modelos elétricos sejam o futuro, eles ainda são muito caros – o mais barato do Brasil atualmente é o JAC E-JS1, por R$ 145.900, valor fora da realidade para a maioria da população. Como é um segmento que, apesar de estar crescendo no país, ainda é pouco representativo, um consórcio pode ser uma saída para a compra em longo prazo, uma vez que a tendência é que a tecnologia custe menos e a infraestrutura melhore em alguns anos.
“Os carros elétricos podem se tornar, até mesmo, mais baratos que os veículos a combustão. Porém, isso é algo para o futuro, que virá com muito investimento, desenvolvimento tecnológico e com planejamento”, afirma Ricardo David, sócio diretor da Elev, empresa especializada em soluções para todo o segmento dos carros elétricos.
Apenas certifique-se ainda de escolher uma administradora autorizada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil para não cair em golpes. Isso porque se a empresa falir, o BC pode transferir o grupo para outras administradoras. Consulte o site da instituição antes de fechar negócio.