Phillips, um jornalista experiente que relatou extensivamente sobre os grupos mais marginalizados do Brasil e a destruição que os criminosos estão fazendo na Amazônia, viajou com o especialista em assuntos indígenas Pereira para investigar os esforços de conservação no remoto Vale do Javari.
Embora formalmente protegido pelo governo, o vale selvagem do Javari, como outras terras indígenas designadas no Brasil, é atormentado por mineração ilegal, desmatamento, caça e tráfico internacional de drogas – que muitas vezes envolvem violência, pois os perpetradores entram em confronto com ambientalistas e defensores dos direitos dos indígenas. povos.
Mais de 300 pessoas morreram no Brasil durante os conflitos de terra e recursos na Amazônia entre 2009-2019, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, uma organização sem fins lucrativos afiliada à Igreja Católica, segundo a Human Rights Watch (HRW).
Os povos nativos do Brasil têm sido alvo frequente desses ataques e também sofreram com uma campanha de assédio. No início de janeiro, três ativistas ambientais da mesma família que desenvolveram um projeto para repovoar a água local com filhotes de tartarugas foram encontrados mortos no estado do Pará, no norte do Brasil. Uma investigação policial está em andamento.
Há muito tempo é um problema
No início deste mês, Bolsonaro assinou um decreto ambiental que estabelece penas mais altas para desmatamento, extração ilegal de madeira, fumo, pesca e caça, com o governo dizendo que era “um passo importante na lei ambiental”.
E embora o governo Bolsonaro tenha enviado anteriormente os militares do país para defender a Amazônia contra a extração ilegal de madeira e desmatamento, Muñoz diz que a medida acabou demitindo funcionários da agência ambiental nacional IBAMA, resultando em uma perda de conhecimento ambiental.
O IBAMA e o gabinete do presidente não responderam aos pedidos de comentários da CNN.
Roberto Liebgott, coordenador da Região Sul do Conselho Missionário Brasileiro, grupo de ativistas dos direitos dos povos indígenas ligados à Igreja Católica, aponta os preconceitos e estereótipos culturais subjacentes à atividade criminosa na Amazônia.
Pelo menos duas narrativas alimentam a violência, disse Liebgott à CNN: “A primeira está relacionada à ideia de que os povos indígenas não estão sujeitos a leis como os outros povos, perpetuando a narrativa ‘selvagem’ e, como tal, podem ser atacados. atacados, expulsos ou mortos”.
A segunda, disse ele, “está relacionada à narrativa de que os povos indígenas não precisam da terra e que tudo é feito por eles”.
Essa é uma das muitas razões pelas quais o trabalho dele e de Pereira é tão importante, diz Muñoz, e por que seu desaparecimento dói tanto no coração.